domingo, 9 de novembro de 2008

A RELAÇÃO PAIS E FILHOS E O CONFRONTO POSITIVO

Prof. José Romero Nobre de Carvalho

Em algumas situações, o confronto entre pais e filhos acaba sendo necessário, embora na maioria das vezes acabe em uma discussão sem fim, o que obviamente não é bom. Pais e filhos necessitam compreender melhor a natureza de tais discussões. É preciso detectar a origem da explosão emocional. Teria sido resultado de outro sentimento? Estaria mascarando uma situação mal resolvida interiormente? É raiva mesmo? De onde vem tanto impulso agressivo? Para que possamos nos colocar bem na situação de confronto, essas questões devem estar claras em nossa mente. No relacionamento cotidiano, pais e filhos têm que buscar maneiras adequadas de resolverem os conflitos. Porém, sendo os filhos ainda imaturos emocionalmente e pouco experientes nas questões de relacionamento, cabe aos pais o papel de gerenciar as crises. É importante lembrar que os pais são o lado maduro da questão e, por isso, os responsáveis pelo sucesso ou não do referido relacionamento. Assim, cabe a eles em primeiro lugar a preparação para enfrentar com tranqüilidade a pressão do confronto com os filhos. Isto é, os pais têm que estar preparados para transformarem o conflito em um confronto positivo. Para tanto, é necessário que ao mostrarem raiva, expressem isso num tom de voz firme, mas não gritando. Não façam ameaças veladas, definam claramente o que querem dos seus filhos. Abram-se à perspectiva dos filhos, escutem-nos, eles têm a razão deles, que pode até ter sentido. Se houver discordância, devem negociar uma solução que seja boa para todos. Negociar não é sinônimo de derrota, mas sim capacidade de administrar situações de impasse. Como nós adultos, as crianças e os adolescentes desejam ser tratados com respeito. Portanto, em caso de confronto, devem ser evitadas palavras pesadas ou agressão física. Quando os pais transformam a crise em confronto positivo, estão dando às crianças a chance de se sentirem dignas e responsáveis. Dessa forma, afasta-se a possibilidade de a irritação acabar gerando desrespeito e até ódio.Em um encontro recente com os pais, abordei a maneira como os nossos filhos aprendem a lidar com as coisas da vida, nos observando. Na ocasião, apresentei uma síntese da obra As crianças aprendem o que vivenciam (Ed. Sextante, 2003), na qual fica claro que os filhos, como grandes esponjas, absorvem o que os pais são em sua maneira de lidar com as situações. Sendo assim, o melhor é ter o controle da situação sem usar da força, buscando soluções gentis e positivas.
Fonte bibliográfica:
1. COLOROSO, Bárbara. Vale a pena ter filhos!
Ed. Cultrix. São Paulo, 1995.
2. HARRIS, Rachel e Dorothy Nolte. As crianças aprendem o que vivenciam. Ed. Sextante. Rio de Janeiro, 2003.

Nenhum comentário: